22/03/2009

Londres (?)

Relatos de viagem normalmente descrevem os locais. Tentam expressar em palavras as sensações, as imagens, as ações, as pessoas, o ritmo do lugar. Entretanto, falar de Londres é mais difícil. Mas vou tentar.
Londres é praticamente uma cidade indescritível. As sensações idem. A cada ônibus de dois andares, cada cabine telefônica vermelha. Cada vaso de flores pendurados num poste. O trânsito ao contrário. Tudo isso e muitas coisas além só podem ser entendidas estando na terra da rainha. Estar na capital britânica provoca uma confusão de reações espantosas. O trânsito brinca com o turista. Você olha para um lado mas o carro vem de outro. Você pensa que as crianças estão dirigindo... Ou então que os carros estão sendo controlados remotamente.
Dois pontos em Londres me fizeram realmente me sentir no centro do mundo. O primeiro deles é a Picadilly Circus. Não é nada mais que uma pequeníssima praça com um prédio revestido por luminosos gigantescos de propagandas. Parece estranho, mas todos tiram fotos em frente aquele lugar que nao tem nada de belo, ou de poético e muito menos artístico. Mas todos registram sua imagem em frente aquilo. Inclusive eu:



Outro lugar é uma avenida chamada Oxford Street. Essa sim, quase imposível de transcrever. A sensação é muito doida. São milhares e milhares de pessoas de um lado pro outro, carregadas de sacolas. Na rua, congestionamento de ônibus gigantes e táxis engraçados. Pelas calçadas vê-se uma interessante amostra de pessoas, culturas, opções, modos de vida. Não caminha-se nem 100 metros e ja se passou por árabes, judeus, gays, metaleiros, senhorinhas, madames com cachorro a tira colo, padres franciscanos, artistas de rua, punks, moradores de rua, indianos, turistas franceses, jovens brasileiros, trabalhadores portugueses e até mesmo ingleses.



Londres é tudo e mais um pouco. Londres é carregada de cores, cheiros, alegrias, tristezas, homens, mulheres, rancores, simpatias, gays, lésbicas, muçulmanos, católicos e protestantes.
Se vale uma visita? Não sei, prefiro dizer que vale uma temporada nas terras de D. Elizabeth II.